Lembro-me que ainda faço no trilho
das malhas as pedras que conheço como letras do meu rio
Não é só o que me lembro.
Lembro-me das pessoas que falam junto à minha pele
no velório dos dias que passam e depois muitas_ já não as lembro
lembro a cor d’ água como a do vinho
mas não me lembro se alguma vez agarrei uma cor.
Lembro-me que o cérebro não é um ninho ao sol
é o chapéu que protege a minha geração
e não sei para que serve o cabelo
palhas que nascem, crescem e voam livres de ideias.
sei que devo comer a polpa e não os buracos do queijo
e, quando quero encontrar o sabor do beijo regurgito-o do coração.
sei porque morre o milho no pão
e quase me esquece os olhos da espiga
mas não esqueço os da minha mãe.
Também sei que me lembro de tudo o que aprendi
e até o de hoje acresce em mim
mas não me lembro se de noite vivi
e nem sempre acordo o que de noite não vi.
Não sei quanta lã de ovelhas precisa
O calor do sol
nem sei quantas pedras precisa o meu rio
só sei que das malhas apanho as letras do meu trilho.
Ana Mª Costa
De
isa&luis a 30 de Junho de 2006 às 17:20
Olá menina,
Gosto de te ler,
e do teu sentir, uma torrente de emoções e sentimentos
Bom fim de semana repleto de sorrisos
Beijinhos
Isa
AnAmigAna, nesse lembrar sem lembrar exatamente vamos guardando as lembranças mais queridas no baú da nossa vivência, obrigado pela visita. Sucesso menina. Abraço.
De
Amaral a 1 de Julho de 2006 às 11:52
Deixa-me ficar aqui mais um pouco a aplaudir estes versos tão doces, tão cheios daquilo que mais adoras: sentir!
E como a poesia não deveria comentar-se, mas apenar sentir-se, o resto desta frase é um silêncio carinhoso...
De
alice a 4 de Julho de 2006 às 20:11
lembra-me que tenho de marcar um encontro contigo, isto sou eu a roubar o verso maravilhoso do júdice, o quanto antes para matar saudades, gosto de ti, boa semana, beijinhos,
alice
De
auréllio a 4 de Julho de 2006 às 21:30
oi tudo bem? também não me lembro de certas coisas mais sei que um dia vai está lá e vou me lembrar de quem sempre esteve ali esperando por mim.até mais....
De
margusta a 7 de Julho de 2006 às 10:01
"Um ano depois"
Ana Maria...deixo-te um abraço intemporal....
Como alguém dizia aqui atrás, a poesia não se comenta: sente-se e vibra-se com ela. Eeu senti e vibrei com as tuas palavras.
De
Raquel a 12 de Julho de 2006 às 01:37
Querida Ana! Não me esqueço de ti! Tenho-me deliciado com os teus poemas. Gostei particulamente deste.
Já agora parabéns pelo pulsar de poesia na tua lista! Não tenho participado porque os versos nem sempre saem.
Beijinhos,
Raquel
De
Amaral a 12 de Julho de 2006 às 19:05
Já tenho saudades de ler coisas novas neste cantinho aonde me habituei a vir...
De
Mikas a 13 de Julho de 2006 às 22:20
Dá uma passadinha lá no meu blog. Beijos
Comentar post